sexta-feira, 9 de julho de 2010

‘Diário de Anne Frank’ sai em quadrinhos

Adolescente morreu em campo de concentração na Segunda Guerra.Livro é relato simbólico da perseguição dos judeus pelos nazistas.




O "Diário de Anne Frank” foi lançado em uma versão em histórias em quadrinhos pelo museu em Amsterdam que leva o nome da adolescente judia que morreu em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial.



A porta-voz do Museu Anne Frank, Annemarie Bekker, disse para a agência de notícias AP que a publicação visa chegar aos jovens que, caso contrário, não teriam acesso aos diários da menina, considerado o documento que saiu do Holocausto mais lido do mundo.

“Nem todo mundo vai ler o diário. Um formato não exclui o outro”, argumentou.

A adaptação para os quadrinhos do diário foi feita pelo autor Sid Jacobson e o artista Ernie Colón, que assinam a versão no formato para os relatórios dos atentados de 11 de setembro. O livro deverá ser lançado ainda este mês nos EUA e em breve na Inglaterra. Traduções para o alemão, francês e italiano foram planejadas.

Publicado pela primeira vez em 1947, o "Diário de Anne Frank", relato simbólico da perseguição dos judeus pelos nazistas, foi traduzido desde então para 70 idiomas. Mais de 35 milhões de exemplares foram vendidos no mundo.

Anne e sua irmã Margot morreram em março de 1945 de tifo, aos 15 e 19 anos, respectivamente, no campo de concentração de Bergen-Belsen, poucas semanas antes de sua libertação pelo exército britânico.

Em 1992, Art Spiegelman ganhou o prêmio Pulitzer por sua HQ “Maus”, em que contava a história de seu pai, sobrevivente de campos de concentração nazistas.

Foto: Elvert Alzinga
Fonte : Portal G1


terça-feira, 6 de julho de 2010

Falta de referência

Conferência mostra que ainda é necessário investir em avaliações sobre o impacto das novas tecnologias na aprendizagem escolar
 
Beatriz Rey




De todos as temáticas relacionadas ao uso de tecnologia na educação, há uma que tem preocupado mais expressivamente os principais teóricos da área: a ausência de avaliações que indiquem os impactos das chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs) na sala de aula. A angústia não é só nacional. Os especialistas estrangeiros presentes na Conferência Internacional "O impacto das TICs na Educação", realizada pela Unesco em Brasília, no mês de abril, compartilharam o esforço pela busca de metodologias capazes de responder à seguinte pergunta: afinal, a tecnologia pode ou não ter impacto positivo na aprendizagem do aluno?
As tentativas se espalham mundo afora. Um documento produzido em 2006 pela Comissão Europeia em TICs avalia que há três tipos de estudos sendo conduzidos naquele continente. O primeiro, dedicado à avaliação em termos de infraestrutura e acesso, concentra-se na disponibilidade de computadores, número de computadores por escolas e nível de conectividade, entre outros. O segundo, considerado um nível acima do anterior, busca identificar e medir o uso da tecnologia no ambiente escolar e também seu uso doméstico, ambos com fins educacionais. Por último, há poucos que estudam se há ou não uma relação de causa e efeito entre tecnologia e educação. Para justificar a falta de produção nessa área específica, o documento cita a dificuldade encontrada pelos pesquisadores para isolar a tecnologia de todas as outras variáveis que incidem sobre a aprendizagem do aluno.
"Se a tecnologia está dentro de um conjunto de fatores que afetam o desempenho, como posso dizer que ela faz diferença?", questiona Ocimar Alavarse, professor da Feusp. Como fatores que moldam a aprendizagem, Ocimar cita o nível socioeconômico das famílias (e, consequentemente, do aluno) e o trabalho do professor. Para ele, além da tarefa de isolar a tecnologia como variável, é também preciso definir o tipo de uso que está sendo feito do computador. Por exemplo: há uma proposta pedagógica por trás da ferramenta? "O pesquisador precisa ir à escola para entender isso. Apenas um dia de estudo não dará essa resposta. Para a interferência externa ser diminuída, é preciso ficar no mínimo duas semanas ali", avalia.
A professora Leila Iannone, consultora da Unesco, acrescenta outros elementos que dificultariam o trabalho dos pesquisadores. A grande flutuação do corpo docente no sistema público é o primeiro deles. Muitos professores pedem afastamento, remoção ou licença das escolas onde trabalham. "Se você começa um projeto piloto, provavelmente na segunda etapa uma parte do corpo docente será perdida", explica. Outro problema é que, como a cultura avaliativa é recente nessa área, muitos apostam na avaliação ao final do processo e não do processo em si. "No Brasil, ainda é novo avaliar o passo a passo", diz. 
Tentativa
Durante o Congresso, Miguel Nussbaum e Patricio Rodríguez, da Escola de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Chile, apresentaram os resultados de um estudo que realizaram com mais de 200 alunos de nível socioeconômico baixo, provenientes de escolas públicas espalhadas pelo país. A dupla estudou a inserção do Eduinnova nos colégios. O programa é comandado por Nussbaum na PUC desde 2005 e aposta no trabalho colaborativo em grupos pequenos de alunos através de computadores interconectados. O objetivo era avaliar a eficácia do modelo pedagógico, a efetividade da intervenção e a eficiência do programa (no que diz respeito à fidelidade da intervenção, ao custo e ao impacto na aprendizagem dos alunos).

Na primeira etapa da pesquisa, realizada em 2002, os professores avaliaram a eficácia do programa com alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental de uma escola em Santiago. "Em uma aula de matemática, os alunos aprendiam a contar por meio de cartas numeradas. Eles se dispersavam e era difícil para o professor controlar a sala de aula. Quando o computador entra na sala, serve como uma espécie de andaime. O professor pode trabalhar com mais grupos porque eles ficam mais concentrados", explicaram. Na segunda etapa, foram analisadas aulas de física em salas de ensino médio de cinco escolas durante os anos de 2004 e 2005/2006. Nos dois momentos, alunos que usaram a tecnologia e que não usaram tecnologia foram submetidos a avaliações que mediam o quanto haviam aprendido. A partir do cruzamento desses dados, os pesquisadores chegaram aos resultados ("tamanhos do efeito"). Uma das conclusões é que os alunos de professores com alto nível de adoção do Eduinnova produzem melhores resultados de aprendizagem em relação àqueles que têm um nível menor - o tamanho do efeito passa de 0,41 para 0,56 (a escala usada pelos pesquisadores foi de 0,2 a 0,8). Em outras palavras, um mínimo de 13,09% e um máximo de 19% do total de alunos desses grupos ficaram acima da média nas notas dos testes aplicados pelos pesquisadores. "Também pudemos perceber nesse momento que o papel do professor é fundamental, já que aqueles que não se apropriaram adequadamente da tecnologia não tiveram bons resultados", explicam.
A primeira coisa que chama a atenção de Ocimar Alavarse é a falta de familiaridade que esses alunos poderiam ter com a tecnologia. Como o nível socioeconômico é mais baixo, o uso do computador pode ter sido uma novidade para eles. "Se a pesquisa tivesse sido feita com alunos que conhecessem mais a ferramenta, será que a concentração teria sido tão grande?", pergunta. Para Alavarse, o papel do professor como mediador do uso da ferramenta mostra que a tecnologia em si mesmo não resolve o problema da aprendizagem. "Precisamos potencializar o que o computador pode fazer e, para isso, a presença do professor é fundamental. Isso vale para o livro também: é o docente que organiza o uso", afirma.

ENTREVISTA
Um dos especialistas presentes na Conferência da Unesco era Hugo Nervi, da Faculdade de Educação da Universidade das Américas, no Chile. Durante os anos de 2005 e 2009, ele trabalhou na área de competências em TIC e desenvolvimento curricular no Centro de Educação e Tecnologia do Ministério de Educação (Enlaces). A instituição é responsável, entre outras coisas, pelo aumento do acesso à internet nas escolas, política sobre a qual Nervi fala na entrevista abaixo.

No Chile, a tecnologia tem grande alcance nas escolas. Como se configura o uso das ferramentas?
Houve uma inversão muito grande nos últimos quatro anos. Aumentou-se em três vezes a presença da tecnologia nas escolas. De uma relação de 27 alunos por computador, hoje temos 8 alunos por computador. Você tem acesso ilimitado, com a presença de lousas digitais e projetores. Contudo, toda essa infraestrutura corre o risco de não ser usada. Se não existir um plano de uso e de liderança para o emprego da tecnologia na escola, e uma formação docente adequada, a tecnologia não será empregada.

Mas a tecnologia foi incorporada ao currículo da formação dos professores? 
A tecnologia entrou na formação inicial dos professores no sentido de orientar, por exemplo, o desenvolvimento de habilidades instrumentais e proporcionar o conhecimento das ferramentas de processamento de textos e de planilhas. O que não falta hoje no Chile é a investigação da inovação pela inovação. Por exemplo: um projeto que elabore o uso de vídeos e jogos no desenvolvimento da leitura em crianças de 8 e 9 anos. Não é isso que buscamos na formação inicial docente. Não queremos professores investigadores de tecnologia. Queremos professores que se apropriem dela como ferramenta de trabalho. Nesse sentido, a integração curricular deveria acontecer em todas as áreas de sua formação. Na formação geral, nas suas especialidades e na formação prática. Assim, os alunos conhecerão a tecnologia com valor pedagógico. A tecnologia tem de formar parte da trama do currículo de formação docente. Em que momento estamos hoje? Há projetos locais em que a inovação é produto de iniciativas pontuais.

E como a escola pode fazer um plano para o uso da tecnologia?
Quando o Ministério da Educação optou por aumentar o acesso, não pretendia entregar a tecnologia irresponsavelmente, como uma medida social. A ideia era apoiar o uso das ferramentas na aprendizagem. A escola recebe tecnologia apenas se justifica seu uso em um projeto educativo. É preciso dizer como e em que ela vai ser utilizada, além estabelecer maneiras para medir seu impacto. Uma coisa está atrelada à outra. Há um formulário on-line que deve ser enviado ao Ministério. É um acordo de uso.

Como podemos explicar a aposta em tecnologia dos governos latino-americanos, se não havia avaliações de impacto amplas?
Há muitas saídas para avaliar o impacto hoje em dia. Pode-se avaliar para medir o impacto na aprendizagem, verificar o uso, medir a apropriação das ferramentas pelos professores. São avaliações distintas. As políticas de cada país têm metas específicas. São elas, as metas específicas, que devem ser avaliadas. Não podemos dizer que não há, em toda a América Latina, resultados de impacto na aprendizagem. Sim, há. Há resultados a partir de projetos locais. O que falta é uma reflexão sobre que tipo de pedagogia a tecnologia gera, para dizer que há uma mudança na aprendizagem.


REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 158

sábado, 26 de junho de 2010

Pedagogia

PEDAGOGIA

O trabalho do pedagogo extrapola os limites da sala de aula. O profissional cujo foco é a educação busca métodos que tornam a aprendizagem viável e prazerosa. "Trabalhamos na relação ensino-aprendizagem, fazendo com que o aluno aprenda e que o professor torne o aprendizado mais eficaz possível", afirma a pedagoga Liane Toggetti, coordenadora de ensino infantil e fundamental I do Colégio Rio Branco, unidade Higienópolis, de São Paulo. Para isso, o pedagogo busca as novidades nos lugares mais variados. Pode ser dentro da escola ouvindo os professores ou em outros locais, como museus, biblioteca sou em encontros com profissionais de outras escolas. Além disso, o trabalho do pedagogo não se limita apenas aos bancos da escola. Ele pode atuar em empresas de recursos humanos, editoras, órgãos do governo (estabelecendo e fiscalizando a legislação), organizações não governamentais e, ainda, na inclusão de crianças com necessidades especiais e na educação a distância. Apesar de as atribuições mais comuns serem lecionar e trabalhar na administração escolar, a área de coordenação pedagógica é a que mais absorve pedagogos. 



A cargo desse setor, o profissional verifica o cumprimento de currículos escolares e zela para que eles estejam de acordo com as diretrizes educacionais obrigatórias estabelecidas pelos governos. "Atuo com o professor, organizando os conteúdos e verificando se eles estão seguindo também a metodologia aplicada na escola", afirma Liane. O profissional pode trabalhar ainda em equipes multidisciplinares, com psicopedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos. Em algumas ocasiões também realiza projetos com os pais, visando sempre à melhoria da educação do aluno. O dia a dia costuma ser bem agitado. Na maioria das escolas, os coordenadores e os professores definem dois planejamentos. Um com metas anuais e outro com as mensais. A cada semana há reuniões para avaliar se o que foi planejado está sendo colocado em prática de maneira satisfatória. "É um trabalho contínuo. Propomos novas atividades, ouvimos o que os professores têm a dizer e assim vamos construindo o conhecimento",avalia a coordenadora do Colégio Rio Branco.



O mercado de trabalho

O campo de atuação para o pedagogo é amplo. Há oportunidades no magistério em instituições privadas e públicas, nesse último caso, sempre por meio de concursos. Há também vagas para pedagogos na gestão de escolas e de sistemas de ensino em secretarias de Educação em nível municipal e estadual. Uma frente relativamente nova, a de educação não formal, apresenta cada vez mais oportunidades de trabalho para pedagogos em associações de bairro, movimentos sociais e ONGs. Em empresas privadas, o profissional também marca presença. "Nos últimos anos, vem firmando-se a tendência de Companhias dos mais diversos perfis recorrerem ao trabalho do graduado em Pedagogia em processos como os de treinamento em recursos humanos", destaca Luzia Siqueira Vasconcelos, coordenadora do curso da PUC-Campinas. Em hospitais, a existência de brinquedotecas é obrigatória, e, portanto, o profissional pode atuar nessas instituições, auxiliando crianças doentes que enfrentam internação prolongada. Além disso, os graduados nesse curso também podem trabalhar como arte-educadores, utilizando técnicas artísticas como colagens e escultura no ensino de jovens e crianças. O trabalho dos pedagogos é ainda valorizado em editoras, que contratam os profissionais para coordenar ou acompanhar o processo de publicação de obras didáticas e paradidáticas.

O curso

O acréscimo de um ano no ensino fundamental– que passou a incluir o que antes era o último ano do ensino infantil – mexe com a estruturados cursos de Pedagogia. Com isso, as escolas estão tendo de rever a grade curricular do curso,porque agora elas têm, obrigatoriamente, de incluir a formação de professores para as séries iniciais, o que exige o aumento da carga horária.Ainda assim, a partir de agora, o graduado sai sem nenhuma habilitação específica. A carga maior do curso, que dura em média quatro anos, é na área de ciências humanas e sociais aplicadas. Além de metodologias específicas, você estuda a estrutura e o funcionamento do sistema de ensino, princípios e métodos de administração escolar e novas tecnologias educacionais. Para orientação educacional, há aulas de psicologia e metodologia. O currículo inclui, ainda, disciplinas optativas, que permitem ao aluno complementar sua formação em filosofia, história ou artes. Algumas instituições mantêm cursos com um foco específico, como educação infantil, educação especial e licenciatura indígena. Além disso, outras escolas oferecem cursos como comércio e administração, construção civil e eletrônica, que formam professores. O estágio é obrigatório.

O que você pode fazer

Administração escolarGerenciar estabelecimentos de ensino, supervisionando o uso e a manutenção das instalações, além dos recursos humanos, materiais e financeiros necessários ao funcionamento.EnsinoLecionar nas quatro primeiras séries do ensino fundamental.Educação especialDesenvolver material didático e ministrar aulas para crianças e adultos portadores de deficiência mental, visual, auditiva ou que apresentem outros problemas de comunicação.Orientação educacionalDar assistência aos estudantes, orientando-os e ajudando-os no processo de aprendizado, com o uso de métodos pedagógicos e psicológicos.Pedagogia empresarialDesenvolver projetos educacionais, sociais e culturais para empresas, ONGs e outras instituições privadas.Supervisão educacionalOrientar professores e educadores e avaliar seu trabalho, para melhorar e garantir a qualidade do ensino.Treinamento de recursos humanosDesenvolver programas de treinamento para os funcionários de uma empresa.





segunda-feira, 21 de junho de 2010

Inscrições para o Enem


Inscrições para o Enem começam nesta  segunda-feira  21 de julho



Prazo vai até 9 de julho.
Taxa de inscrição é de R$ 35.





As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano começam nesta segunda-feira (21) e vão até 9 de julho. A taxa de inscrição é de R$ 35. As provas ocorrem em 6 e 7 de novembro.
Alunos do último ano do ensino médio de escolas públicas não pagam a taxa de inscrição. Ficam isentos também inscritos que assinarem declaração de carência.
As inscrições podem ser feitas exclusivamente pela internet, no site www.enem.inep.gov.br. O estudante tem de informar o próprio número de CPF. Não será aceito o documento dos pais ou responsáveis, mesmo que o estudante seja menor de idade, de acordo com o MEC.
Estudantes que não têm o documento podem retirá-lo em qualquer agência dos Correios, Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. No caso dos menores de 16 anos, é preciso que esse pedido seja feito pelos pais ou pelo responsável legal.
A nota do Enem pode ser usada pelos estudantes para ingressar em universidades públicas e particulares. No ano passado, cerca de 4 milhões de estudantes participaram do exame. A expectativa para este ano é de 4,5 milhões de inscritos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep).
As universidades podem usar o exame como fase única, com o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), como primeira fase do vestibular, combinado com o vestibular da instituição ou como fase única para as vagas remanescentes do vestibular.
O exame tem 180 questões de múltipla escolha e uma redação. A novidade para a edição deste ano é a inclusão de língua estrangeira. No momento da inscrição, o aluno deverá escolher entre o inglês e o espanhol.
No primeiro dia do exame (6 de novembro), as provas serão de ciências da natureza e humanas, cada uma com 45 questões. No domingo (7 de novembro), os candidatos serão avaliados em matemática e linguagens, cada uma com 45 questões, e também terão de fazer uma redação. No primeiro dia, o exame começará às 13h e acabará às 17h30. No segundo dia, os estudantes terão uma hora a mais e a prova terminará às 18h30.
A elaboração da prova será feita por consórcio entre o Cespe e o Cesgranrio, segundo o Ministério da Educação (MEC), como foi feito no ano passado, em caráter de urgência, após o vazamento da primeira prova, elaborada pelo consórcio Connasel. Segundo o Inep, as Forças Armadas, as forças policiais federais e estaduais atuarão na segurança do exame. Os Correios ficarão responsáveis pela distribuição.
Fonte:http://g1.globo.com/




quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os novos analfabetos da modernidade


Os novos analfabetos da modernidade, por José de Souza Martins professor titular de Sociologia da FFLCH da USP.
Os 9 milhões de jovens brasileiros, de 18 a 29 anos idade, sem escolaridade básica, os mais de 800 mil que são analfabetos e os mais de 8 milhões que se evadiram, que desistiram da escola antes de completar o primeiro ciclo, são melancólica antecipação de que serão longos os anos das muletas sociais em que se escora o País. Se levarmos em conta que mais de dois terços deles vivem em áreas urbanas, a perspectiva fica pior ainda. Durante muito tempo, viver na roça era invocado como o fator causal da baixa escolaridade de crianças e jovens. Mas agora, no cenário oposto, fica a evidência de que o fracasso escolar está mais associado ao urbano e moderno do que ao atrasado, mais ao novo do que ao velho. Indício de que estamos construindo uma sociedade mutilada.
Esses 9 milhões de jovens são os candidatos certos ao Bolsa Família do futuro se futuro houver, ao arrimo do Fome Zero. Serão os heróis do atraso social e político numa sociedade que dependerá cada vez mais da educação continuada, como já vem ocorrendo nos países desenvolvidos. Já não estamos mais na era do conhecimento consumado e sim na era do conhecimento relativo e transitório. Em pouco mais de uma geração, saltamos da escrita manual e da máquina de escrever para o computador, saltamos da medicina de auscultação para a medicina associada à engenharia e ao laboratório. Nem o serviço militar escapou de transformações radicais. Para manejar um tanque é necessário conhecer álgebra.
Por isso mesmo, a definição de analfabetismo se tornou muito mais ampla, o que torna os números dessas estatísticas oficiais uma subestimação do índice de analfabetismo moderno, real e crescente e torna os seus critérios antiquados. Quem é até culto hoje, poderá ser inculto amanhã, em conseqüência de uma nova descoberta, uma nova invenção, novos instrumentos de relação com o conhecimento acumulado. O aparecimento e a difusão do computador pessoal tornou quase analfabetos da noite para o dia milhões de pessoas no mundo inteiro, que tiveram que correr para as escolas de computação para aprender a nova linguagem e o manuseio dos comandos que permitiriam fazer a passagem da cultura manuscrita anterior para a nova cultura computacional.
Hoje, é analfabeto também quem sabe ler e escrever, quem freqüentou sem fuga o primeiro ciclo, mas não sabe pensar, no cotidiano, segundo as regras modernas de pensamento, quem não tem a cultura básica que permita manejar um computador, ler um livro, ler um jornal, compreender a imagem que vê na televisão compulsória e invasiva, conhecer e respeitar os sinais e as regras de trânsito, os direitos do outro, a vital reciprocidade da sociedade moderna. A rapidez da criação e da transformação cultural num certo sentido barbariza os que não conseguem acompanhar as mudanças.
Não são apenas nem principalmente causas econômicas as que empurram para fora da escola esses mais de 8 milhões de jovens antes da conclusão do ensino fundamental ou que mantêm longe da porta da escola mais de 800 mil jovens. Políticas educacionais de remendo vem há décadas comprometendo a educação brasileira. Castramos a educação e o educador, privando-os da idéia de utopia e de missão. Até o nacional desenvolvimentismo acreditávamos na educação como direito e necessidade, como obrigação social e política, como meta de emancipação das novas gerações.
Depois, passamos a pensar a educação de maneira instrumental, como mero e pobre recurso de formação de mão-de-obra que o cruel mercado de trabalho torna obsoleta com uma rapidez de tirar o sono. Hoje, no Brasil, o debate sobre a educação é, não raro, equivocado debate sobre o emprego. A educação já não é pensada como educação para a vida, para o sonho, para sempre e para o emprego também, mas não só nem principalmente ele.
A transformação da escola numa repartição pública de segunda categoria ou numa empresa de lucros fáceis faz do ensino mera mercadoria de carregação, ainda que haja muitas e comoventes exceções no sistema de ensino, as exceções dos que não desanimam, dos que pensam a educação como um sacramento da esperança. Mas não a falsa esperança maniqueísta das ideologias baratas, das conveniências das minorias usurpadoras, dos que querem mudar o mundo para que o mundo não mude e permaneça conforme suas conveniências pessoais e políticas. O mundo daquele caminhar de que fala Lewis Carroll, de quanto mais caminhamos mais distantes ficamos do destino.
A transformação da essência da escola e da escolarização num pretexto para fins que são outros que não os da educação matou o educador, arrancou-lhe a alma de missionário da civilização. Os poucos mais de 9 milhões de vencidos do sistema educacional brasileiro são apenas a ponta do continente perdido do nosso amanhã.
Em Mirassol, no interior de São Paulo, há algum tempo, um promotor de Justiça mandou prender pais que não mantinham os filhos na escola. Nesse caso de varejo a responsabilidade pessoal dos pais pode ser facilmente justificada. Mas quando 46% dos jovens de 18 a 29 anos de idade abandonaram a escola ou sequer chegaram até ela, como acontece no Estado de Alagoas, já não dá para falar em responsabilidade pessoal. O mesmo vale em relação a outros estados, sobretudo do Nordeste e do Norte. Que providência tomaria o zeloso promotor de Justiça em relação às elites políticas dessas regiões, desses estados e de outros, que são, em última instância os responsáveis pela grave privação de educação e de destino que impõem a esses milhões de brasileiros e a outros milhões mais que são ou serão os seus dependentes?
O governo se escora em políticas de combate ao analfabetismo e à evasão escolar. No entanto, nesta altura, na área da educação, a questão é outra, é a questão da ignorância, da escola que produz ignorantes, do analfabetismo cultural dos que, por isso mesmo, foram condenados a servir e a obedecer. Nesse sentido é sobretudo a questão moral e política dos que fizeram da educação sem conteúdo o alicerce do seu mando.


Publicado em O Estado de S. Paulo [Caderno Aliás, A Semana Revista], domingo, 27 de janeiro de 2008, p. J3.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Inscrições para concorrer às bolsas têm início no dia 15


O período de inscrições de estudantes no Programa Universidade para Todos (ProUni) para o segundo semestre deste ano começa no próximo dia 15 e vai até o dia 19. O anúncio foi feito pela secretária de educação superior do Ministério da Educação, Maria Paula Dallari Bucci, nesta quarta-feira, 9. 



“O número total de bolsas a serem ofertadas ainda não está fechado, mas a estimativa é de que sejam cerca de 60 mil obrigatórias”, disse a secretária. Esse número se refere às bolsas que as instituições de educação superior participantes do programa são obrigadas a oferecer, de acordo com a Lei nº 11.096/05, que instituiu o Prouni. Fora as obrigatórias, ainda há as adicionais, que cada instituição decide como vai utilizar.

As inscrições dos alunos que desejam concorrer às bolsas do segundo semestre serão feitas em etapa única. Os estudantes poderão fazer opção de até três cursos e instituições. A relação dos candidatos pré-selecionados na primeira chamada será divulgada no dia 21. Esses estudantes deverão comprovar suas informações junto às instituições de ensino de 22 de junho a 2 de julho. Acabada essa fase, poderá haver mais cinco chamadas, caso ainda haja bolsas a serem ocupadas.

O Prouni concede bolsas de estudo integrais e parciais em instituições não gratuitas de ensino superior. O programa realiza dois processos seletivos por ano: um para os candidatos às bolsas com ingresso no primeiro semestre, e outro para candidatos com ingresso no segundo semestre. Desde o início do programa, em 2005, mais de 690 mil estudantes já ingressaram no ensino superior com bolsas do ProUni. 

Mais informações sobre o Prouni para o segundo semestre deste ano serão divulgadas nos próximos dias, a partir de um edital, inclusive o número de bolsas integrais e parciais.  




Para saber mais acesse:http://portal.mec.gov.br/
Post original: Ministério da Educação - MEC

terça-feira, 8 de junho de 2010

Cultura ?

Paes sanciona lei que prevê tombamento de Cieps


Rio - O prefeito Eduardo Paes sancionou o projeto de lei, nesta terça-feira que prevê o tombamento para fins de preservação histórica e urbanística dos Centros Integrados da Educação Pública (CIEPs). A lei foi publicada no Diário Oficial do município.
De autoria do vereador Leonel Brizola Netto, o projeto já havia passado na Câmara em maio e foi encaminhado ao prefeito, que fez dois vetos ao projeto original. A nova lei obriga que a fachada dos prédios devem permanecer intactas, mas as paredes internas podem ser alteradas - apenas para o caso de complementação das salas e modernização tecnológica.
Post original : O dia Online

sábado, 5 de junho de 2010

Dica de Leitura

A escritora Maíra Viana disponibiliza livro digital, gratuitamente, na web!

A escritora Maíra Viana disponibiliza livro digital, gratuitamente, na web!

“A Menina do Sapato Caramelo”, de autoria de Maíra Viana, é um livro digital concebido na intenção de driblar as dificuldades de entrada no mercado editorial impresso. A obra, lançada gratuitamente na internet, pode ser “folheada” na web e também baixada, na íntegra, nos formatos Kindle, Sony Reader e Ipad através do Portal Bookess. 

“A idéia é viabilizar o acesso livre à literatura e fugir da eterna dependência que os novos autores encontram para bancar, lançar e divulgar seu trabalho na versão impressa! Numa época em que os e-books estão em voga, escolhi esse caminho para interagir com o público leitor e fazer a minha parte dentro do debate da internet livre e do papel das redes sociais na disseminação das mais variadas produções artísticas”, explica a escritora. 

A “Menina do Sapato Caramelo” sensibiliza o leitor com seu conflito e surpreende com interrogativas que vão além de seu próprio dilema: “Será que tudo o que eu escolho me torna quem sou e define o que vai acontecer comigo?”. A partir desse questionamento, a personagem coloca em perspectiva sua identidade e o mundo que a cerca. “Quando as coisas não saem como esperamos, podemos nos enraizar ou considerar outras opções modificadoras da realidade que se insurgem diante de nossos olhos”, revela a autora. 

Maíra nos conta suas histórias com a delicadeza da prosa poética que lhe é peculiar associada à força metafórica tão presente em sua obra. Seus personagens se apresentam em camadas de profundidade psicológica que revelam um olhar inquieto e questionador diante do mundo e do que se insere na realidade das situações cotidianas. 

A ""menina das palavras”, como carinhosamente é chamada por seus leitores, traz à tona, nesta obra, a fabulação do universo infantil posta em perspectiva. No curioso mundo da escritora, um sapato nunca é somente um calçado, e sim a representação simbólica de seu uso: caminhar, seguir em frente, ir adiante! 

A história do livro foi talentosamente ilustrada por Ariel Fajtlowicz (ver site), desenhista e diretor de arte com mais de dez anos de experiência no mercado editorial e publicitário. Ele conta que mergulhou no processo 100% digital, desde o rascunho até as ilustrações finais, tendo como inspiração as características da personagem citadas no texto além da trajetória iniciada pelo conflito do abandono culminando no momento de superação/libertação representados nesta fábula moderna. 



Este é o terceiro livro de Maíra, que já publicou, anteriormente, “O Teatro Mágico em Palavras” e “Menino-Varrido''.

Para acessar o livro digital “A Menina do Sapato Caramelo” na íntegra, basta entrar no Portal Bookess através do link abaixo: 





Dica: Clique na opção ''tela cheia'' para ver em alta resoluçao!